sexta-feira, dezembro 23, 2011

Último post de 2011



1 ano de agência. Já não sou mais nova no trabalho.
1 ano de casamento. Já somos bodas de papel. ♥
1 ano de Campinas. Já não falo mais Rua Aquibadan.

1 ano que acaba com muitas perdas e várias conquistas.
Que venha 2012!

Um beijo para todos os amigos que me acompanham por aqui, apesar de não comentarem.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Magazine Luiza - Vem ser feliz ou Vem abraçar o capeta?

Eu sempre fui muito caxias com tudo. Gosto de programar as coisas, deixá-las previamente organizadas e procuro ser assim com tudo, seja uma consulta que marquei, um amigo que vai chegar, seja uma compra. Na verdade não gosto de ser assim, sempre acabo me ferrando de um jeito ou de outro.
Se você é como eu, além de se sentir um peixe fora d'água nesse mundo, você sabe exatamente como as coisas vão acontecer quando é época de Natal, o prédio em que você mora está em reforma e você vai comprar uma geladeira nova.

Pois bem, vamos ao título do post.
A ideia era comprar uma geladeira nova sem transtornos. Sabendo que o prédio estaria em reforma e os pedreiros quebrariam grande parte do azulejo da cozinha, optei por fazer a compra e combinar a entrega para 2 semanas depois. Ao questionar o vendedor sobre essa possibilidade (sempre me disseram que o combinado nunca sai caro), ele foi enfático em dizer que não haveria problema algum. Lembro que no dia insisti para ele e expliquei que trabalho praticamente o dia todo, impreterivelmente a entrega deveria acontecer em um sábado. Novamente, com muita ênfase, o vendedor me informou que dali a 2 sábados, eu receberia a minha geladeira.
Acordo feito, geladeira paga à vista naquele mesmo dia, 3 de dezembro de 2011.

Assim, os dias foram se passando. A reforma foi feita, a sujeira também. Tudo como esperado.
Limpamos o apartamento, deixamos tudo certo para que a nova geladeira fosse entregue com a casa pronta. Isso também implicava desfazer a geladeira antiga.
Quando faltava uma semana para a geladeira nova chegar, tudo já estava combinado com uma loja de móveis usados. Deixei tudo acertado para virem retirar a antiga no mesmo sábado que a nova ia ser entregue. "Assim já resolvo tudo no mesmo dia e facilito os espaços para acomodar a geladeira nova" pensei, com a inocência dos idiotas.

Enfim chegou o sábado esperado.
Conforme combinado, vieram buscar a geladeira antiga bem cedinho. Animados, limpamos tudo novamente e começamos a espera pela geladeira nova.
Pelo fato da entrega ser feita em horário comercial, ficamos em casa o dia todo ansiosos e, mesmo sem ter geladeira nesse período, colocamos algumas coisas dentro de um isopor e tentávamos adivinhar a hora em que a nova chegaria.
Bateu meio dia, 13h, 14h, 15h, 16h, 17h, 18h e nada. Simplesmente a nova geladeira não apareceu.
Hoje é segunda-feira (a primeira após o sábado que deveria ter sido entregue), já são quase 16h e até agora não resolveram o problema, que basicamente consiste em colocar dentro da minha cozinha uma geladeira que já está paga há 2 semanas.

E é por isso, apenas por isso que fiz você ler esse texto até aqui.
Porque não adianta você programar uma compra com 3 semanas de antecedência. Não adianta programar a sua vida e todos os seus compromissos em função de uma entrega previamente combinada. Não adianta pagar à vista. Não adianta ser certo e disciplinado em um país de palhaços. Não adianta saber que o cliente tem sempre razão. Não adianta saber que um cliente satisfeito conta sua experiência para 3 pessoas, enquanto que um insatisfeito conta para 10, ou para um número incalculável de pessoas, com as redes sociais.

Não adianta nada. E mesmo sabendo de tudo isso, o que aconteceu comigo pode facilmente acontecer com você.
Na dúvida, não compre nada na rede Magazine Luiza. Você pode entrar na loja achando que vai ser feliz e ganhar um belo abraço do cramulhão. Por trás.

terça-feira, dezembro 13, 2011

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Devoluta

Escuta
Andei pensando na sua conduta
Na nossa companhia dissoluta
Na minha opinião absoluta
Em toda situação abruta

Me chuta
Afasta essa sua cicuta
Pode parar com a disputa
Arruma outra puta
Substituta
Aproveita e vai tratar essa cuca

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Pessoas & Coisas



Pessoas foram criadas para serem amadas.
Coisas foram criadas para serem usadas.
A razão pela qual o mundo está em caos é porque coisas estão sendo amadas e pessoas estão sendo usadas.

terça-feira, dezembro 06, 2011

Já reparou?

- Já reparou como essa daí não fala com ninguém? Metida, nunca responde nem sequer um bom dia.
- Ela é calada mesmo.
- Não sei, repara a cara dela! Não me engana. Parece que ela se acha superior. Na verdade acho que ela tem certeza que é superior.
- Talvez seja só timidez...
- Já reparou como ela observa tudinho? Já viu?
- Tenho uma grande amiga assim. Acho que ela não se interessa pelas mesmas coisas que todo mundo e talvez se sinta meio por fora.
- Você sempre vendo as coisas pelo lado bom...
- Ué, se for assim você também sempre vê as coisas pelo lado ruim. Já reparou?
- Verdade. Quem será que colocou a bondade no seu olho e a maldade no meu?
- Putz, não sei quem colocou. Mas sei quem pode tirar.

segunda-feira, dezembro 05, 2011

segunda-feira, outubro 31, 2011

Agradável



A vida é muito mais agradável agora que eu decidi que eu simplesmente não ligo pra porra nenhuma.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Fragmentos meus e de João

1.
Sozinha,
Encontrei a sua companhia, João.
No que te encontrei,
parte de mim
procurava.
E parte sentia certeza
do encontro.

2.
Enxergas o mundo, João,
com cores e notas.
É um ver de sabedoria,
o teu, sem enredo ou detalhe.
O seu olhar é tranquilo,
oposto, João,
desse meu olhar.

3.
O que vai ser agora, João?
Juntamos o teu e o meu,
é tudo nosso agora.
Como faremos para carregar
dia após dia,
tudo que da união principia?

4.
Enquanto te calas, João,
aprendo a falar,
e enquanto sou fogo, ardes.
Alegria por nós,
que ensinamos, aprendemos
e juntos vivemos
em cada raiar do dia.

5.
Construiremos um mundo
gentil e amável,
mesmo que seja só nosso, João?
E nossos herdeiros
o que herdarão?
De onde virá
a força e o pão,
João?

6.
Um ano passou.
Amadurecido,
nosso amor cresceu.
Você é presente, João,
passado e futuro.
Meu João, meu presente,
meu amigo.

7.
Diante de tudo e de todos,
e diante da imensidão
deste vasto universo,
é uma felicidade dividir
uma vida com você, João.

quinta-feira, outubro 20, 2011

Lupe Cotrim



Hoje eu estava lendo o blog da minha prima e fiquei curiosa a respeito da autora de um poema que gostei muito - Hino dos Comedidos.
Lupe Cotrim, que na verdade era Maria José Cotrim Garaude Gianotti foi uma poetisa e professora da ECA - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo na década de 60.
Todos os textos dela que consegui achar na internet, apesar de não serem muitos, despertaram em mim uma vontade de comprar livros e saber mais sobre essa mulher que escreve com tanta clareza, discernimento e inquietação.
Não tenho dúvidas de que o mundo seria um lugar melhor se existissem mais Lupes Cotrim.



HINO DOS COMEDIDOS

Não me agradam esses homens bem fracionados no tempo, cedendose amavelmente em todas as ocasiões.
E mais também não me agradam os partidários tão vários de toda a moderação.
Passo distante dessa gente comedida e moderada, que guarda o vinho vinte anos para bebê-lo mais velho, homens de ferro que só sabem anunciar a mensagem de espera,
que aguardam o momento oportuno,
que, sempre expelindo relógios,
resistem à melhor viagem,
que desconhecem as emoções
que sabem apenas sofrer sincronizados
às tristezas publicadas nos jornais.
Adeus, moderados,
Adeus, que sou diferente: compreendo a mulher que rasga as vestes e sinto imensa ternura pelo homem desesperado.


A RAIZ COMUM

Esse equilíbrio incerto em que vario,
fechada num consciente paradoxo,
esse saber instável e ortodoxo
e a angústia de ser porto e ser navio.

Essa ambição contínua do meu gosto,
esse céu, em que não confraternizo,
essa dor escondida no seu riso
e essa paz defendida no meu rosto.

E dentro de mim, gritando em atropelo,
desejo de presenças e raízes,
desejo de ser mais do que a partida.

Mas o cenário frio ao nosso apelo
e esses homens partidos em países
e a morte, um grito surdo desta vida.

sexta-feira, outubro 14, 2011

A mesa de mármore

Sob a mesa
Os olhos atentos de uma coruja
Rostos, máscaras
Dragões, guerreiros e bichos
E uma casinha com asas

Sobre a mesa
Risadas e choros
Rostos, máscaras
Estudo, conversa e discussão
E uma moradora com asas

Sob a mesa
Hoje há muitos planos
Uma família em construção
Na companhia da velha mesa de mármore

domingo, outubro 09, 2011

80

Hoje você completaria 80 anos.
Me pego pensando como seria. Certamente estaríamos todos reunidos e você estaria radiante. E fiquei me perguntando o que movia você, tão cheia de vida, tão ansiosa, sempre tão apressada. Concluí que sua alma sabia que é somente uma vida, solamente una vez.
John Lennon completaria 71 anos hoje também. E, por coincidência, também era assim.
Acho que eu sei o que movia você.
O amor. Uma doce e total renunciação.




Solamente una vez
Ame en la vida
Solamente una vez
Y nada mas

Una vez nada mas en mi huerto
Brillo la esperanza
La esperanza que alumbra el camino
De mi soledad

Una vez nada mas
Se entrega el alma
Con la dulce y total renunciación

Y cuando ese milagro realiza
El prodigio de amarse
Hay campanas de fiesta que cantan
En el corazón

quinta-feira, outubro 06, 2011

iThank you

Entre um job e outro, Steve se foi
Parem e prestem atenção
Steve se foi.

Entre o visionário e o geek, o primeiro se foi
Coragem a todos, coragem
Steve se foi.

Hey you, shut the fuck up
Steve is gone.

quarta-feira, setembro 21, 2011

Vamos falar de viral?

Eu já comentei aqui que meu primeiro emprego (pelo menos o que eu considero) foi como estagiária na Espalhe.
O tempo que fiquei por lá não passou de 6 meses, mas a minha admiração pela agência vai ficar para sempre. Tudo era tão ousado que eu não conseguia nem explicar para as pessoas o que a agência fazia, ninguém entendia lhufas.

Eu me apaixonei pela Espalhe e, desde então, pelo assunto Marketing de Guerrilha.
E sinto um calafrio, misturado com uma vontade súbita de sumir quando ouço/leio as pessoas falando com propriedade sobre viral. Viralizou falar viral. Que nervo.
Entendam: eu também não sou nenhuma expert. Como disse, trabalhei na área como estagiária e por pouco tempo, mas resolvi me informar e tomar conhecimento antes de sair cuspindo frases sem nexo.

E por que eu resolvi falar disso?
Porque hoje, um dia comum como qualquer outro, a internet nos brindou com mais uma de suas pérolas engraçadas, e como de praxe, ridículas: o video do dia do cliente.

É claro que quando isso acontece, minutos depois começa a enxurrada de debates, ilustres publicitários do faz-de-conta opinando com propriedade sobre guerrilha, viral, emboscada (!!) e todo o termo em inglês que conseguirem juntar.

O filme de hoje é viral?
Se você considerar que o termo descreve qualquer estratégia que motive as pessoas a passarem o conteúdo adiante pela rede, sim.

Para mim ele está bem longe de ser viral e, na minha humilde opinião, faz o efeito contrário e traz uma imagem negativa para a agência e seus funcionários, além de ser um filme de péssimo gosto, de conteúdo mentiroso, constrangedor e piegas.

O excesso de discussão é inversamente proporcional ao conteúdo do video.
Não tem sentido nenhum perdermos tempo analisando uma porcaria dessas, com tanta coisa massa como essa e essa acontecendo por aí.
Se é para falar de guerrilha, vamos falar de verdade.
É um erro o desperdício de posts sobre este assunto, desde esse pequeno blog em que você se encontra, até o Brainstorm#9.
Já que não estamos sendo publicitários para fazer videos com real potencial viral, que sejamos para discutir.
Prometo preparar um post detalhado sobre o tema com afinco.

Um beijo para quem é publicitário de verdade e não acha mais graça nessa piadinha de varar a noite trabalhando de graça.

quarta-feira, agosto 24, 2011

30

No último dia 18 completei 30 anos e não sei o porquê, mas quando o segundo número da nossa idade é zero, alguma coisa acontece.
Pelo menos comigo foi assim até agora.

Lembro quando eu fiz 10 anos. E algumas amigas ficaram menstruadas e eu não.
Lembro, também, que eu entrava em pânico só de me imaginar sangrando pelos lugares onde eu estava e todo mundo me encarando.

Lembro quando fiz 20 anos também. Eu já tinha acabado a escola, morado no Rio de Janeiro e estava de volta para a pacata Catanduva, completamente perdida.
Lembro, também, de sentir constantemente a sensação de não pertencer aquilo tudo. Não conseguia enxergar a vida que eu pretendia ali.

Hoje com 30 anos completos, lembro apenas o que eu quero lembrar.
Me importo apenas com o que eu acho que mereça a minha preocupação.
Precisei morar em São Paulo para conhecer meu ritmo e o tamanho dos meus sonhos.
Aprendi que alguns atos e palavras não tem volta e é ótimo que seja assim.
Não entro mais em pânico por julgamentos alheios, pois sei que as pessoas vão pensar o que elas bem entenderem, independente do meu desejo. E confesso que hoje pouco me importa o que os outros pensam (eles não fazem isso frequentemente mesmo), contanto que dois ou três me conheçam a ponto de saber exatamente como eu agiria.
Hoje valorizo muito mais a menina observadora e quieta (surdinha, na dela) que sempre fui, porque hoje sei identificar um canalha pelo olhar. E um sincero também.
Foi preciso passar por muita coisa para amadurecer e sei que muitas ainda virão.
No mais, ainda não aprendi a medir minha ansiedade, minhas frustações e minhas auto-cobranças por perfeição.
Mas acredito que a bagagem esteja ficando boa.
Ainda não sei rezar o Pai Nosso completo (Benção, vó!), mas ainda não vi necessidade de saber também.
Nunca mais menti para a minha mãe e tenho certeza que ela acredita em mim.
Catanduva continua pacata e acho que ainda fica assim por muito tempo.
Campinas, a cidade onde sempre passei as férias, hoje tornou-se o meu lar. E, por algum motivo, o conforto de estar aqui ainda é o mesmo.
Hoje divido a vida com o meu oposto, que está me ensinando o que é amar e o equilíbrio constante que as coisas devem respeitar.
Quero um dia morar em uma casa e ter um cachorro de grande porte.
Quero mais aniversários com a minha mãe gritando "Valeu a pena!" de braços erguidos.









domingo, agosto 14, 2011

segunda-feira, agosto 08, 2011

O diário de Cecília

Diariamente
Em um pequenino caderno
Cabe um mundo
De sonhos
De angústias
Alegrias
Indas e vindas

Diariamente
Em uma pequenina mulher
Cabe um mundo
De palavras
De amores
Tristezas
Indas e vindas

Diariamente
Em um pequeno caderno
Cabe uma grande mulher
Uma mãe e melhor amiga
Que chora, ri e ama
Diariamente



sexta-feira, julho 29, 2011

Para você, pale blue eyes



Sometimes I feel so happy
Sometimes I feel so sad
Sometimes I feel so happy
But mostly you just make me mad
Baby you just make me mad

Linger on, your pale blue eyes
Linger on, your pale blue eyes

Thought of you as my mountain top
Thought of you as my peak
Thought of you as everything
I've had but couldn't keep
I've had but couldn't keep

Linger on, your pale blue eyes
Linger on, your pale blue eyes

If I could make the world as pure and strange as what I see
I'd put you in the mirror I put in front of me
I put in front of me

Linger on, your pale blue eyes
Linger on, your pale blue eyes

Skip a life completely, stuff it in a cup
She said money is like us in time
It lies but can't stand up
Down for you is up

Linger on, your pale blue eyes
Linger on, your pale blue eyes

sexta-feira, julho 22, 2011

segunda-feira, julho 04, 2011

Para Mário Chamie 2

Ontem foi domingo e, no finalzinho do dia, recebi a notícia do falecimento do Mário Chamie.

Tive a oportunidade de ter aula com esse poeta que, pelo menos na minha memória, continua vivinho com aquela carinha de vovô extremamente fofo.
Chamie me ensinou, dentre tantas outras coisas, o que é uma poesia de verdade, um amor de verdade e uma ironia de verdade.

É triste saber que nossa faculdade não terá mais a figura única e peculiar que desfilava pra lá e pra cá com sua sacolinha de papelão.

Vá em paz, mestre, encontrar a sua Emilie.
A gente aqui aplaude o espetáculo que foi a sua trajetória.

quinta-feira, junho 16, 2011

Charles Chaplin?

Hoje de manhã, entre um job e outro, li este texto:

Chega um momento em sua vida, que você sabe
Quem é imprescindível para você,
Quem nunca foi,
Quem não é mais,
Quem será sempre.

Foi certeiro para o momento e fiquei refletindo sobre a autoria.
Teria mesmo Charles Chaplin pensado isso?
E quem foram os imprescindíveis para ele? Quais não foram?
O que o fez avaliar e concluir tais constatações? Teria mudado muita coisa se os que não foram julgados imprescindíveis não tivessem sido descartados do convívio?

É triste o fato de que hoje em dia o alcance à informação é vasto, mas em contrapartida a veracidade dela é duvidosa.
Queria saber se Chaplin disse a quantidade de frases que a internet diz que ele disse. Mas se não foi ele, quem compilou também não deixa de ser interessante.
Abaixo, algumas das minhas preferidas.
Um beijo pra quem é imprescindível.

"A persistência é o menor caminho do êxito."

"A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe."

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."

"Minha fé é no desconhecido, em tudo que não podemos compreender por meio da razão.
Creio que o que está acima do nosso entendimento é apenas um fato em outras dimensões e que no reino do desconhecido há uma infinita reserva de poder."

terça-feira, junho 07, 2011

Leia.

Twitter

Nunca imaginei que um dia eu escreveria sobre o twitter sem ter uma conta nele.
Criei o meu perfil em meados de 2007, quase ninguém no Brasil sabia o que era.
Eu era estagiária na Espalhe, mais feliz que pinto no lixo.
Parte da guerrilha era minha função, a de websurfer. Meu trabalho consistia basicamente em aquecer as redes sociais adequadamente para as campanhas da agência. Na época Mark Zuckerberg não fazia tanto sucesso por aqui.
Em 2007 quem trabalhava com rede social dependia do Orkut e de blogs com page rank alto para espalhar alguma coisa.

Meu perfil no twitter em 2007 era digno de dó, coitadinho. Tinha míseros 20 ou 30 seguidores, todos eles publicitários da Espalhe. (Salve, salve Ive Godoy, Renata Rolim e Bruna Beber (que já era poeta na época e se vestia igual ao Harry Potter), grandes companheiras na websurfagem!)

Hoje eu deletei o @liege.
Velho de guerra, companheiro ilustre do cotidiano.
Foi por ele que descobri que o Lombardi tinha morrido e, consequentemente, caí em um link com uma foto da cara dele. Um mito desvendado.

Me orgulhava da minha presencinha virtual ali, confesso. Qualquer publicitário que se preze, se orgulharia de ter um perfil seguido por Marcello Serpa, assim, sem conchavo nenhum.
Sem contar a cambada de amigo doido que a gente vai trombando pelo mercado de trabalho. Adorava cada um. E lia todo post, independente de ser promoções bregas, frases de autoaujuda banais ou comentários sobre o trânsito.
O @liege foi legal. De tão simples que era, aguardo ansiosamente 30 dias para recuperá-lo, só para deixar lá, caso um dia veja sentido em postar algum conteúdo.

quinta-feira, junho 02, 2011

Presença virtual

Se a presença é virtual
As amizades são reais?

Se a presença é virtual
O trabalho é real?

Se a presença é virtual
As conexões são reais?

Se a presença é virtual
A existência é real?

Se a presença é virtual
É presença?

quarta-feira, maio 11, 2011

Miguel

Dois pequeninos
Em um mundo vasto
Dois gigantes
Em um mundo pequenino

De um grande amor
Nasce um pequeno anjo
Que ainda não conhece nenhuma grandeza
Nem a imensidão das pequenas coisas

Começando a viver
Nasce um grande homem
Que ainda não conhece os porquês da mamãe
Nem os segredos do papai

Começando a viver
Nascem pequeninos olhos curiosos
Que ainda não se lembram da pintinha da mamãe
Nem dos olhos claros do papai

Em um mundo vasto
Dois pequeninos amores
Dois gigantes companheiros
De um grande amor

sexta-feira, abril 08, 2011

O Que Tinha Que Ser Tom Jobim / Vinícius de Moraes

Porque foste na vida
A última esperança
Encontrar-te me fez criança
Porque já eras meu
Sem eu saber sequer
Porque és o meu homem
E eu tua mulher.

Porque tu me chegaste
Sem me dizer que vinhas
E tuas mãos foram minhas com calma
Porque foste em minh'alma
Como um amanhecer
Porque foste o que tinha de ser.

domingo, março 27, 2011

Olhar matador

Briguei, falei alto, bati porta,
Saí pela Ilha, vinte para meia noite,
Nada aqui, ninguém ali, vizinhança morta,

Entro no ônibus,
Medo, alívio,
Motorista, cobrador e eu,
E a imensidão da cidade maravilhosa,

Entram no ônibus,
Muito medo, nenhum alívio,
Motorista, cobrador e eu,
E a imensidão de quem não tem nada a perder,

Olho no olho,
Por que você está armada?
Isso não é arma, é um prendedor de cabelo,
Pra onde vai?
Respostas estratégias, olhar matador,

Saem do ônibus,
Quase nenhum medo, muito alívio,
Motorista, cobrador e eu,
E a imensidão de um olhar matador,
E a imensidão da cidade maravilhosa.

terça-feira, março 08, 2011

Feliz Dia das Mulheres, mãe

Resolvi escrever sobre a minha mãe no Dia das Mulheres.
Não que eu ligue muito para a data, mesmo porque eu acho que minha mãe está mais para os homens do que para as mulheres. É meu referencial feminino e masculino, mas enfim, vamos ao Dia das Mulheres.

Mulher é um saco, né?
A maioria é neurótica, fofoqueira, criadora de intriga e quase todas tem um 'q' pela futilidade.
É só comparar as amizades entre homens e mulheres.
Os homens, geralmente, utilizam xingamentos pessoalmente e falam bem um do outro pelas costas.
As mulheres fazem exatamente o contrário.
Eu sempre convivi melhor entre os homens. São todos mais diretos, sem frescuras, nem suposições alucinantes, nem paranóias.

Por isso disse lá em cima que minha mãe está mais para os homens.
Se você presentear a minha mãe com uma blusa florida bem cafona, ela certamente abrirá o presente e dirá em bom som: - Nossa, que coisa horrorosa!
E vai simplesmente adorar (e você não vai ter dúvida disso) que você lembrou dela e comprou a blusa cafona, mas deixará bem claro que irá trocar por uma branca.

Minha mãe é uma mulher livre, forte e tem um discernimento que choca os mais desavisados.
Conversar com a minha mãe é sempre um divertimento mútuo e a imaginação dela é uma das mais criativas que eu conheço. Não é a toa que ela tem dois filhos publicitários e não médicos.

Minha mãe é loucona à sua maneira. E isso a torna uma mulher incrível.
A loucura enxergada por alguns é uma vivacidade urrando em cada um de seus atos.
Ela se entrega, ela tem uma independência inspiradora.

Feliz Dia das Mulheres, mãe.


sexta-feira, janeiro 28, 2011

'A Geração da Transparência' ou 'A minha opinião sobre o fuckyeahdiretordecriacao.tumblr.com'

Confesso que queimei um pouco o timing deste post, mas eu realmente achava que a página ficaria mais tempo no ar.

Para quem não sabe, eu explico: daí que alguém teve a ideia de criar um tumblr que funcionasse como uma espécie de “ficha limpa” dos diretores de criação do mercado publicitário brasileiro.
A coisa toda aconteceu ontem, 27 de janeiro. Pela manhã o tumblr continha apenas grandes nomes da publicidade de São Paulo, mas no dec
orrer da tarde já exibia perfis de profissionais de outras regiões, como nordeste, por exemplo.

Agora que falamos da teoria, vamos à prática.
A página tinha um
objetivo único e muito claro: ser um espaço para redatores, diretores de arte e toda a corja de criativos darem sua opinião sobre diretores de criação - separados por agências, para facilitar - dos quais já trabalharam ou tiveram algum contato profissional.

Acontece que a tal “ficha limpa” foi um pouco além do que a gente já sabe: que “O Nizan é um puta excêntrico que pensa que é Deus” e que “O Washington parou em 1980 com a história do soutien, é corinthiano e tem certeza que é Deus”.

Os comentários começaram a surgir e, óbvio, apareceu de tudo. De cobrança por job que não foi pago por uma das maiores agências do Brasil, até das habilidades para sexo oral que determinada diretora de criação tinha.
Não sei exatamente em que momento o fuckyeahdiretordecriacao foi retirado do ar, mas quando fui acessá-lo por volta das 22h, já não estava abrindo.

Isso tudo a gente já sabia que ia acontecer. Bom, pelo menos eu tinha uma noção.
E qual foi a minha surpresa, então?
A reação de alguns envolvidos.
Vou exemplificar só com 2 nomes, porque... né?
Primeiro veio um dos caras que eu sou tão fã, a ponto de dar uma de tiete Restart e pedir para tirar foto com ele, em uma palestra na ESPM.

Na sequência, Eugenio Mohallem também resolveu dar a sua opinião sobre o assunto. E esse eu pago um pau desde que eu era uma reles bixete idiota, lendo o Manual do Estagiário e sonhando em um dia mostrar meu portfólio para o cara que escrevia aquelas linhas.

Mas voltando ao fuckyeahdiretordecriacao.
Quer dizer então que o grande problema, o absurdo, o desprezível, o medíocre, foi que os comentários eram anônimos e, portanto, falsos?

Pronto. Meia dúzia já começa a citar a Geração da Transparência.

Quem foi que mentiu para vocês que a mesma geração que vocês rotularam como Y é também a geração da transparência?

(Aliás, um adendo: geração isso, geração aquilo, por favor, né? Renato Russo já matou essa questão faz tempo e vocês já podem parar com esses nomezinhos patéticos.)

Mas já que o termo pegou, vamos definir alguns pontos.
Não, não somos a Geração da Transparência.
Somos a boa e velha Geração Y, também conhecida como Geração da Internet.

E na internet é assim, cara pálida, você não sabe exatamente a autoria dos textos, não existe uma comprovação das informações. Você lê, filtra e retém apenas o que te interessar.
Abriram espaço para a interatividade (olha mais um rótulo saindooo Geração 2.0) e deram poder ao usuário para que ele gere o conteúdo.
Aí é assim, no meio de vários “vai se fuder”, “eu comia” e "chupa Libertadores" você acha uma opinião relevante e guarda.

Você já viu o que acontece no espaço reservado aos comentários dos principais portais?
Vai lá, capricha e perca 5 minutinhos lendo os comentários de uma notícia qualquer como esta.
O espaço está ali, aberto para quem quiser escrever. Por isso a opção anônima, porque o que vale mais aqui é a opinião e não quem a escreveu.
Vai ter muita gente prestando solidariedade, mas, meu amigo... eu chuto que 60% dos comentários vão ser ofensivos, porcos e dignos de pena (em ambos os sentidos, sentimento e punição).

Por que seria diferente com o fuckyeahdiretordecriacao?
Por conter nomes de peso da publicidade?
Claro que não, é exatamente isso que torna a proposta, no mínimo, interessante e curiosa.
Como esperado, surgiram na página vários comentários ofensivos e humilhantes, mas surgiram também perfis com mais de 30 comentários cheinhos de elogio, como foi o caso do Ruy Lindenberg, que só pela cara já dá para notar que arrogância não faz parte do seu jeitão, néam?

Torcendo para que o fuckyeahdiretordecriacao volte ao ar um belo dia, eu peço:

Queridos mestres da publicidade, ó vós que julgais serem gloriosas divindades sob seus mantos sagrados do ego e excentricidade!

Nós, meros publicitários, não somos dignos de suas premiações e não possuímos tal fama nesse mercado injusto, mas suplicamos tal qual o ET Bilu: BUSQUEM CONHECIMENTO, inclusive sobre o que a geração da transparência acha a vosso respeito, pode ser surpreendente até para vós mesmos.

PS: Não desçam a lenha nos comentários pessoais aqui, quero meu blog quietinho no ar ;)