quinta-feira, janeiro 29, 2015

E para você, nada

Nada
De coração disparar.

Nada
De mão suar.

Nada
De olho brilhar.

Nada
De falta de ar.

Hoje eu te vi.
O que eu senti?

Nada
Além de um dia vulgar.

quarta-feira, janeiro 07, 2015

Soneto desconhecido do Chico

Como diria a saudosa Cássia Eller, "vocês não sabem, mas o Chico Buarque é meu verdadeiro pai."
Na verdade minha mãe que me apresentou ao Chico. Ela sempre teve bom gosto musical e desde pequena aprendi a gostar de MPB por causa dela.
Quando minha mãe ouvia Chico, eu sempre ficava prestando atenção e, apesar de não entender a maioria dos versos, ficava maravilhada com as letras. Cresci ouvindo suas músicas e fui entendendo de métrica, rima, compasso. E fiquei mais maravilhada ainda.

Como alguém consegue escrever tão bem, compor uma melodia que case tão bem e ainda assim rimar ou fazer sentido em um soneto?
Hoje a internet me deu de presente uma música que eu não conhecia chamada Soneto. Mais uma vez, o Chico me surpreende e me faz babar.

Voz de Nara Leão e letra para você se embasbacar como eu :) De nada!




Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono
Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo
Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar, com que navio
E me deixaste só, com que saída
Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio