quarta-feira, agosto 24, 2011

30

No último dia 18 completei 30 anos e não sei o porquê, mas quando o segundo número da nossa idade é zero, alguma coisa acontece.
Pelo menos comigo foi assim até agora.

Lembro quando eu fiz 10 anos. E algumas amigas ficaram menstruadas e eu não.
Lembro, também, que eu entrava em pânico só de me imaginar sangrando pelos lugares onde eu estava e todo mundo me encarando.

Lembro quando fiz 20 anos também. Eu já tinha acabado a escola, morado no Rio de Janeiro e estava de volta para a pacata Catanduva, completamente perdida.
Lembro, também, de sentir constantemente a sensação de não pertencer aquilo tudo. Não conseguia enxergar a vida que eu pretendia ali.

Hoje com 30 anos completos, lembro apenas o que eu quero lembrar.
Me importo apenas com o que eu acho que mereça a minha preocupação.
Precisei morar em São Paulo para conhecer meu ritmo e o tamanho dos meus sonhos.
Aprendi que alguns atos e palavras não tem volta e é ótimo que seja assim.
Não entro mais em pânico por julgamentos alheios, pois sei que as pessoas vão pensar o que elas bem entenderem, independente do meu desejo. E confesso que hoje pouco me importa o que os outros pensam (eles não fazem isso frequentemente mesmo), contanto que dois ou três me conheçam a ponto de saber exatamente como eu agiria.
Hoje valorizo muito mais a menina observadora e quieta (surdinha, na dela) que sempre fui, porque hoje sei identificar um canalha pelo olhar. E um sincero também.
Foi preciso passar por muita coisa para amadurecer e sei que muitas ainda virão.
No mais, ainda não aprendi a medir minha ansiedade, minhas frustações e minhas auto-cobranças por perfeição.
Mas acredito que a bagagem esteja ficando boa.
Ainda não sei rezar o Pai Nosso completo (Benção, vó!), mas ainda não vi necessidade de saber também.
Nunca mais menti para a minha mãe e tenho certeza que ela acredita em mim.
Catanduva continua pacata e acho que ainda fica assim por muito tempo.
Campinas, a cidade onde sempre passei as férias, hoje tornou-se o meu lar. E, por algum motivo, o conforto de estar aqui ainda é o mesmo.
Hoje divido a vida com o meu oposto, que está me ensinando o que é amar e o equilíbrio constante que as coisas devem respeitar.
Quero um dia morar em uma casa e ter um cachorro de grande porte.
Quero mais aniversários com a minha mãe gritando "Valeu a pena!" de braços erguidos.









domingo, agosto 14, 2011

segunda-feira, agosto 08, 2011

O diário de Cecília

Diariamente
Em um pequenino caderno
Cabe um mundo
De sonhos
De angústias
Alegrias
Indas e vindas

Diariamente
Em uma pequenina mulher
Cabe um mundo
De palavras
De amores
Tristezas
Indas e vindas

Diariamente
Em um pequeno caderno
Cabe uma grande mulher
Uma mãe e melhor amiga
Que chora, ri e ama
Diariamente