terça-feira, novembro 04, 2014

Coragem

Mais uma dele porque sim.




"Todos os nossos sonhos podem se tornar realidade, se tivermos a coragem de persegui-los."

terça-feira, outubro 28, 2014

Soneto do primeiro soneto

Quem dera tivesse a inspiração
O encanto, a bossa, o nó
Ao menos um poema em forma de canção
Um sorriso em sol maior, talvez em dó

Pois nem mesmo a solidão
O pranto e a tal tristeza que vem lá do cafundó
Fazem brotar do coração
O disgramado desse rondó

E assim eu tento
Rimar a vida em quartetos e tercetos
Para quem sabe um dia

Viver a grande euforia
Comemorar a autoria, assim ao vento,
Dos quatorze versos do meu soneto

quinta-feira, setembro 18, 2014

Retas e Curvas

Quando foi, menina, que curvaste ao destino?
Tu, que sempre tão reto seguiu teus caminhos
Por que logo agora
O viés clandestino?

Apostaste no vazio, nenhum raciocínio
Por um triz não virou desatino
Numa dessas, arrancam-lhe do olhar o brilho
E aí, como faz?
Vais viver só com o tino?


Siga teu prumo, menina
Caminhe na linha, compasso de hino
E se uma esquina qualquer dobrar
Vade retro
Não te curves de novo ao destino



segunda-feira, setembro 01, 2014

Pra você, Kusch

Natália Kuschnaroff.
Lembro quando vi uma lista com os nomes de todas as pessoas da minha sala na faculdade antes das aulas começarem. O sobrenome dela me chamou a atenção logo de cara. Kuschnaroff. Imaginei uma menina loira, bem russian style. Dito e feito. Ela não era só loira, era a loira mais loira que já conheci na vida. Dona de um cabelo invejável, que lhe rendia muitas perguntas sobre tintas, quando na verdade a cor era natural.

Ficamos amigas logo no primeiro semestre. Apesar das diferenças gritantes entre nós (ela era judia, eu sou ateia, por exemplo), ela sempre surpreendia com comentários inteligentíssimos, linguajar próprio e um humor fora de série. A Kusch era mais madura do que o resto do pessoal, mesmo tendo a mesma faixa de idade. Sem contar o bom gosto musical, isso sempre me deu bons amigos.
Era uma pessoa com muitos dramas pessoais e acho que foi isso que fez com que a gente se identificasse tão depressa. Foi, sem dúvida, uma das minhas poucas amigas da faculdade.
 E fora dela também. Apesar de nos falarmos com menos frequência depois que saí de São Paulo, estávamos sempre em contato.

Na última quinta-feira a Kusch se foi.
Não sei bem ao certo como, mas ela foi atropelada voltando pra casa, depois de um dia normal de trabalho.
E agora estou eu aqui, com 33 anos me perguntando por que ela nem completou 30.
A tristeza é muita e faz pensar. Desde que recebi a notícia, não consigo parar de lembrar de todos os momentos que passamos juntas. 

Os papos sobre Foucault (ô simpáticô, bora discutir Foucault), Fernando Pessoa (continuo achando um porre), sobre os gatinhos da faculdade, sobre os gatinhos que a stalkeavam, sobre o pessoal do teatro, sobre a ESPM, sobre a criatividade, sobre a legalização da maconha, sobre a pizza só de catupiry e sobre “conhecer a fúndole a índole de cada umdole”.

Eu nunca vou me adaptar a essa característica efêmera da vida. Não mesmo.
Desde que minha vó morreu dormindo, eu pego no sono preocupada todas as noites. E minha preocupação se estende ao sono de todas as pessoas que eu amo. Tenho medo, muito medo, de mais alguma morrer dormindo.
E assim vai ser pra atravessar a rua daqui por diante. Pra sempre.

Talvez seja meu modo de tentar entender ou talvez seja a simples falta de uma rede social. Mas hoje passei o dia todo vendo nossas antigas fotos de 2004. Procurei seus registros no twitter, instagram, li seu blog antigo e reli o novo. E por coincidência, achei um post chamado Breve Ensaio Sobre Despedidas.

Nele você conclui o quanto tudo é efêmero. O quanto a vida se parece com um Ipê: robusto e formoso, cheio de vida e, pouco tempo depois, frio, seco, morto. 





Quer saber? Concordo com você: eu adoro o Ipê.
E toda vez que eu vir um amarelo, bem grandão e cheio de flor, eu vou me lembrar de você e da porra da efemeridade que a gente é refém.


Obrigada por fazer parte das aulas, da vida. 




Compartilho a cena que, na minha memória, pra sempre será você, somente você, dançando com o Tomás pelos corredores da faculdade.



quinta-feira, agosto 28, 2014

Ah, não acredito!

Eu não acredito no senso comum. Nem na novela, nem no Facebook e muito menos no Carnaval. Não repito rezas, não acredito em Deus. Nem em anjos, demônios, santos e contradições. Não boto fé na santidade do Papa, padres e freiras. Não acredito em nenhuma igreja. Amém, só quando eu espirro e alguém deseja saúde. Que assim seja. Não acredito na dieta macrobiótica, Dukan e toda a imensa patifaria vegana. Acredito no poder do bacon e da picanha. No milagre do leite se transformar em manteiga, bolos, tortas e delícias. Ponto. Outra coisa que não acredito é que homens e mulheres não podem ser amigos. Assim como negros, brancos, amarelos. Tenho muita preguiça de regras, preconceitos e velhos. Não acredito em velhos, prefiro crianças. Nunca vou acreditar em pessoas que dão valor ao dinheiro e que falam sem olhar nos olhos. Também não acredito no fato de ser melhor ou pior do que você por causa de tudo isso. Mas acredite: não preciso da sua benção para não acreditar em nada.

terça-feira, agosto 19, 2014

Pra você é de graça

É tanta manchete
Das sete as sete

É tanta hipocrisia
De noite e de dia

É tanta bosta
De frente e de costas

É tanto perdão
Virou até coleção

Aguenta mais, coração?
Claro, pois não

Só quero saber o custo
De viver nesse mundo injusto

Pra você, sua palhaça
É de graça.

sexta-feira, agosto 01, 2014

Sobre cores e dores

É tudo preto
No branco
Em tudo que é canto
Não entendo e me espanto
Que cor tem seu santo?

É tudo branco
No preto
De tudo o que é jeito
Não entendo, nem aceito
Que cor bate dentro do peito?

É preto
É branco
É ouro
É pobre
É prata
É nobre
Qual a cor do seu cofre?

quinta-feira, julho 17, 2014

O tempo e o foda-se


Existem duas soluções para tudo na vida: o tempo e o foda-se.
É uma questão da gravidade que a solução pede, o tempo tem que esperar, mas o foda-se tá sempre pronto.

quarta-feira, junho 25, 2014

Caminhos: andar com o pé eu vou


Caminhos incertos
Aprendizado e lição

Caminhos trilhados
Erro e perdão

Caminhos abertos
Mil olhos de atenção

Caminhos tortuosos
Coragem e razão

Caminhos novinhos em folha
Sim
Por que não?

sexta-feira, junho 20, 2014

sábado, junho 07, 2014

Sobre a despedida

Odeio despedidas.
É o que todo mundo fala.
Passam uma impressão que acabou, parece que tudo é cinza.
Mas o que são cinzas
senão lembranças de um calor que já queimou? 
Luz que brilha em cada canto que passou.
São coisas da vida.
Afinal, para todo reencontro, sempre existe uma despedida.

sexta-feira, março 21, 2014

Chata, eu?

E aí que o mundo tá chato. Nossa e muito!
Inclusive cheio de chato pra falar "Ela é redatora e escreve tá chato". O ser anencéfalo que abre a boca pra falar isso é da mesma espécie do que fala "Ela é publicitária e não tem facebook". Mas, voltando à chatice.
O mundo perdeu a graça original, perdeu a vontade, o cheiro.
O mundo de hoje está tão chato que o macarrão caseiro, que segue a receita tradicional da mama, agora se transformou em macarrão gourmet.
Oi?
Eu consegui acompanhar até a parte da simplicidade, da coisa de cozinhar com afeto, com toques pessoais, com ingredientes frescos. Em que momento isso passou a ser luxuoso, caro e chato?
Nossos valores estão se invertendo. Na verdade, estamos ficando sem eles.
Estamos ficando com zero Niemeyer e novecentos Naldos por metro quadrado. Por que? Pra que?
Estamos numa era em que os telefones são mais inteligentes que os donos. Por que? Pra que?
Estamos numa fase que malhar os músculos é melhor que o cérebro. Por que? Pra que?
Estamos deixando como herança um mundo chato.

Por que?
Pra que?

quinta-feira, março 13, 2014

Aqueles que dançam


E aqueles que foram vistos
dançando
foram julgados insanos
por aqueles
que não podiam ouvir
a música.

quarta-feira, março 12, 2014

Tu conjugado

És ouro de tolo
dos pés
a cabeça.
Não há quem mereça
sua banca michê.

És covarde.
E finges que vives.
Dilaceras tudo que encostas.

És culpado
e finges que gostas.
Mereces tudo que ganhas, são tuas as bostas.

És fétido.
És digno de nojo.
És tudo de ruim.
És vintém furado.
És carta marcada que só se dá mal.

Distraída, brinquei com a sujeira.
Mas a água
carregando vai
pra longe
o bagaçal.

terça-feira, janeiro 07, 2014

2014 - O ano do NÃO

São mais 365 dias pela frente!
O que muda? Nada. É a famosa rotina de um dia após o outro que já conhecemos faz tempo.
O que pode mudar? Tudo. A maneira como encaramos os acontecimentos, a importância e prioridade que damos a cada um deles, as pessoas que queremos por perto e as que já não queremos mais acompanhar, nossas escolhas, enfim, nós mesmos.

Em 2014 a palavra de ordem é NÃO.

Não para tudo o que for negativo. Não para as cobranças. Não para as reclamações em vão. Não para os fracos. Não para todo aquele que carrega consigo o baixo astral. Não para os chatos, para os caga-regras e para os pseudointelectuais. Não para a incompetência, não para a cegueira social. Não para o medo de mudanças, não para tudo aquilo e todos aqueles que te impedem de ser feliz.