Sobre a vida

E se a vida for só um dia após o outro e tudo que você tem a fazer é escolher entre o certo, o sensato e o errado?

Absurda

A vida é absurda.

Saudade²

Noite passada sonhei com a minha vó. Sonho real, desses que tem cheiro, hora e temperatura. Foi muito bom, mas muito ruim ao mesmo tempo. Incrível, né? Não o sonho, mas uma coisa ser boa e ruim ao mesmo tempo. Isso acontece muito comigo, não sei com você.

Mas voltando ao sonho, foi bom porque eu pude matar um pouco da saudade que eu sinto da minha Esmeraldinha. Grande notável no auge dos seus 1,55m. Ela me falou tantas coisas, conversamos muito. Ela me encheu de perguntas preocupadas, como de costume, e desabafou seus medos e angústias, também como de costume.

Eu e minha vó sempre fomos muito parecidas, até na facilidade de rir e chorar. Nunca conheci uma mulher tão intensa como a minha vó. Ela já se foi há 3 anos e me lembro perfeitamente da gente morrendo de rir por qualquer coisa idiota. Da gente chorando abraçadas no Natal.

E no sonho eu senti a minha Dona Esmeralda presente. Seu cheiro, sua risada, sua voz, minha mentirinha de sempre. Só não deu tempo de agradecer. Benção, vó!

Outro do Drummond

Coisa mais linda de Carlos Drummond de Andrade:

 "Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

 Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

 As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."

Palavras

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."

Carlos Drummond de Andrade

Lembra?

Lembra quando eu conheci você?
Lembra quando você falava e eu ria?
Lembra quando eu briguei com você pela primeira vez?
Lembra quando a gente ficou amigo?
Lembra qual era o combinado?
Você lembra?

Eu lembro.
Eu lembro.
Eu lembro.
Eu lembro.
Eu lembro.

Deixe ir

Roger Waters

Domingo eu fui no show do Roger Waters. Ele é um dos fundadores do Pink Floyd, é baixista/guitarrista/co-vocalista/principal compositor/líder da banda desde 1968. Pra mim, ele é um cara com uma cabeça além da minha e da sua.
Foi fácil, fácil o melhor show que eu fui até hoje. Queria ir de novo pra conseguir assimilar a quantidade de informação, saí do Morumbi um pouco zonza. E não consumi nada além de uma lata de cerveja.

Quando o assunto é Pink Floyd, eu sempre fiquei meio dividida entre os que acham um saco uma música de 17 minutos e os apaixonados por Wish you were here/Shine on you crazy diamond/Hey you/Comfortably numb/Goodbye blue sky/Mother e mais uma big lista.

Pink Floyd é uma banda com músicas para serem ouvidas só ao vivo e outras não.

Mother, por exemplo, é uma música de 8 minutos + ou- que não dá sono.

O que não dá é pra falar mal de Another brick in the wall, que eu concordo que não deveria ser tocada nunca mais (fora ao vivo), sem conhecer a parte 3, que no show foi um tapa na cara curtinho. Nada de mais de 3 minutos.

Sem contar Hey you, outro tapa na cara de 5 minutinhos, aquele telão hipnotiza.

Hoje o Roger Waters está com 70 anos.
Há 44 anos atrás, esse cara escreveu e compôs todas essas músicas.
Em 1980, 1 ano antes de eu nascer, ele já fazia show com as músicas que tocou domingo. 31 anos atrás, sem telão com muro digital, sem fogos e pirofagia, sem um monte de músicos, só muita droga.
Você pode até não gostar/achar um saco Pink Floyd, mas o Roger Waters é digno do seu respeito.

Dias coloridos

Tem dias
De amanhecer azul
E entardecer laranja

Tem dias coloridos
De chuva branca
Amarela e vermelha
E anoitecer laranja

Tem dias
De amanhecer branco
E entardecer vermelho

Dias que começam
E acabam
Dias coloridos

Parece impossível

Sempre parece impossível até que seja feito.