Dentre todas as composições do Caetano, uma das minhas preferidas é O Quereres. É uma música complexa e completa, com melodia fudida e letra fudidamente fudida.
Deixando a noção de lado, escrevi a minha versão para O Quereres. Obviamente não chega nem aos pés da original e certamente não é essa a intenção.
Meu quereres
Onde queres cerveja, sou coca-cola
E onde queres escola, sou razão
Onde queres cuidado, sou a tala
E onde queres a calma, sou vulcão
No momento em que a tua voz se cala
A minha se vai na imensidão
Mas sempre vem a boa gargalhada
E atrapalha de vez a escuridão
Onde queres porção, sou prato cheio
E onde queres devagar, sou aflição
Onde queres o mar, Rio de Janeiro
Onde tem tristeza, violão
Onde queres chegar, já estou faz tempo
E onde és passivo, sou contramão
Onde queres metade, sou inteiro
Ambos verdadeiros na emoção
Eu queria ter o dom da poesia
Assim como Caetano, luz e maestria
Mas não sou tão boa assim, quem sabe um dia
Sem fé, promessa, deus ou romaria
Apareça a inspiração que eu merecia
Para tentar explicar o que há em mim
Eu te amo exatamente como és
Um amor que nunca vai ter fim
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